A equipe de neurocirurgia do Hospital
Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém (PA), realizou, neste mês de
janeiro, um procedimento de alta complexidade em uma criança de cinco anos.
Marcos Apolo da Silva passou pela quarta cirurgia para retirada de tumor
cerebral. A cirurgia durou mais de cinco horas e foi conduzida pelo
neurocirurgião Érik Jennings. A família é de Juruti, no oeste paraense.
Segundo o médico, o procedimento
realizado em Marcos Apolo era de alto risco, já que “é um tumor grande, além de
ser em um local complexo, sendo a quarta cirurgia a que essa criança é
submetida. O tumor cresce, a gente retira, faz radioterapia, mas ele não
responde bem à radioterapia nem à quimioterapia”, explica o neurocirurgião Érik
Jennings.
A mãe de Marcos Apolo, Gelziele
Silva, tem acompanhado, sem desanimar, toda a jornada do filho. “O Apolo tem
nos surpreendido, tem surpreendido a medicina. Graças a Deus a cirurgia foi
muito boa. Ele já saiu do coma e está retomando alguns movimentos. Os
batimentos cardíacos estavam muito baixos, a pressão cardíaca também. Mas ele
tem reagido bem e eu acredito que ele vai sair dessa”, conta Gelziele.
DIAGNÓSTICO
Desde muito cedo a criança sentia
dores na cabeça. Após várias consultas particulares, em 2014, Marcos Apolo foi
diagnosticado com um tumor. Imediatamente ele foi internado no Hospital
Municipal de Santarém. Dois dias depois, foi transferido para o Hospital
Regional do Baixo Amazonas (HRBA) para dar início ao tratamento. No mês de
junho, foi marcado o primeiro processo cirúrgico, mas não foi possível retirar
todo o tumor do cérebro. No final de julho do mesmo ano, Marcos passou pela
segunda cirurgia. O caso do menino sempre foi considerado de alto risco pela
equipe médica. Após a operação, ele entrou em coma, sendo que posteriormente o
quadro de saúde evoluiu bem.
Nos meses seguintes, Marcos Apolo foi
submetido a sessões de radioterapia e quimioterapia. A terceira cirurgia
aconteceu em agosto de 2015. Depois do procedimento, a família julgava que o
problema havia sido superado, mas no final do mesmo ano, apareceu um tumor de
tronco cerebral e medula cervical alta. Por isso, uma nova cirurgia foi
realizada neste mês de janeiro.
A criança recupera-se na Unidade de
Terapia Intensiva do HRBA. Como continuação do tratamento, ela terá que passar
por reabilitação e por novas sessões de radioterapia fracionada para o local
específico.
ALTA COMPLEXIDADE
O Hospital Regional do Baixo Amazonas
é referência em média e alta complexidades. Sua estrutura tem contribuído para
que cirurgias raras possam ser feitas em benefício da comunidade.
O neurocirurgião Érik Jennings destaca a
estrutura como diferencial na realização de procedimentos como esse, de alta
complexidade. “Se não for um hospital muito bem equipado e com uma excelente
UTI Pediátrica, como a que nós temos aqui, esses casos não seriam viáveis. No
Norte do Brasil, poucos hospitais têm, na área de neurocirurgia, os recursos
que temos aqui”, elogia Jennings.
O Hospital Regional do Baixo Amazonas
é uma unidade pública e gratuita pertencente ao Governo do Pará
e administrado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social
e Hospitalar, sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).
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