sexta-feira, 27 de novembro de 2015

HRBA reforça ações preventivas para evitar acidentes de trabalho



Trabalhadores que atuam em hospitais estão expostos a diversos riscos que podem resultar em acidentes de trabalho. Por isso, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém (PA), por meio da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) realizou, durante os dias 19 e 20 de novembro, a 7ª Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), com o tema “Prevenir Hoje é a Certeza de Estar Bem Amanhã”.

 O evento teve como objetivo orientar e sensibilizar os colaboradores quanto à importância da prevenção de acidentes e doenças no ambiente de trabalho. “O hospital trabalha com elementos altamente perigosos para a saúde do colaborador. Nós cuidamos de doentes com diversas patologias, e quando você não tem um protocolo de segurança muito bem definido voltado para a prevenção, uso de Equipamentos de Proteção Individual ou de medidas preventivas, o risco desse profissional é altíssimo”, explica o diretor Geral do HRBA, Hebert Moreschi.

 A coordenadora do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Sabina Lima, foi uma das palestrantes do evento. “Todo evento que trata de prevenção é importante tanto para a empresa, quanto para fora da empresa. A maior parte dos acidentes ocorre justamente por falta de prevenção e é uma preocupação cada vez maior das empresas em ter esse modelo dentro dos seus ambientes para evitar que os trabalhadores se acidentem”.

Foram realizadas cinco palestras, que abordaram “Gerenciamento de Estresse”; “Prevenção de DST”; “Alcoolismo, Qual o Seu Valor Real?”; “Criando Hábitos Prevencionistas” e “Prevenção de Acidentes no Trânsito”. Também foram realizadas sessões de bem-estar, com cortes de cabelo, reparação de sobrancelhas, maquiagem e sorteios de brindes.



quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Em ação do HRBA, homens recebem orientações sobre o câncer de próstata


Durante o mês de novembro, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), sediado em Santarém, tem proporcionado diversas ações de conscientização sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata. Na última semana, uma equipe do hospital desenvolveu, no Mercadão 2000, uma programação voltada para a informação dos homens. Foram realizadas consultas de nutrição, aferição de pressão, índice de massa corporal (IMC), panfletagem e palestra. Outra grande ação será realizada nesta quinta-feira (26), em uma obra de engenharia da cidade, com objetivo de orientar os trabalhadores.


“A intenção é de conscientizar os homens sobre o autocuidado, principalmente voltado para o câncer de próstata. Essa ação do Hospital Regional é voltada para a orientação, tirando dúvidas, com panfletagem tanto nas ruas como no próprio mercadão, além de palestras e outros serviços”, explicou o enfermeiro Domício Farias. A ação fez parte da campanha Novembro Azul do HRBA.


Dezenas de pessoas receberam importantes informações, e puderam tirar dúvidas. “A minha dúvida é porque eu já fui operado da próstata, mas não tive câncer. Eu vim saber se ela aumenta, se tenho que tomar algum cuidado”, diz o aposentado Josué Pimentel. Outro que esteve presente na ação foi o aposentado João Pedrosa, que orientou os outros homens sobre a importância de realizar o exame para detectar o câncer. “Tem que fazer sim. Eu faço há muitos anos”.


A programação da campanha Novembro Azul do HRBA começou no dia 6, quando a iluminação da fachada foi trocada para a cor azul. No dia 13, o oncologista Clínico Luiz Eduardo de Carvalho proferiu uma palestra sobre o tema para os acadêmicos residentes do hospital. Nos dias 18 e 19 foram dadas orientações e distribuídos laços azuis nas recepções do Ambulatório, Imagem, Quimioterapia e Radioterapia.


Atualmente, 118 pacientes estão em tratamento contra o câncer de próstata no hospital. Entre 2010 a 2013 foram diagnosticados pelo hospital 177 novos casos. No Brasil, esse é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele.



terça-feira, 24 de novembro de 2015

Neurocirurgião e ex-Diretor Técnico do HRBA lança livro sobre os desafios da medicina na Amazônia

"Uma semana após ter visto uma foto feita por Paulo e ouvido seu relato sobre o acontecido, uma criança ficou gravemente enferma em outra cidade próxima a Santarém. O leito do hospital do qual sou diretor estava liberado e aguardava pela criança. A aeronave e o médico já estavam preparados, porém já se passava das 18 horas e a mesma não poderia mais pousar na cidade onde o paciente estava. Para completar a situação, o município não tinha iluminação noturna, o que era um entrave para o pouso.
Diante dos fatos, o avião não mais poderia pegar a criança naquele final de tarde, e ela possivelmente não mais resistiria até a manhã do outro dia. Pensei em ligar para o destemido piloto e pedir a ele que repetisse a façanha e pegasse aquele paciente de qualquer jeito, mesmo durante a noite, com a iluminação improvisada. Porém, estaria arriscando demais e, se algo desse errado, ninguém iria compreender que estávamos fazendo algo legítimo, humano, mas ilegal.
Não liguei para Paulo e fui para casa com o coração angustiado, sentindo-me impotente diante das dificuldades. Antes de colocar a cabeça no travesseiro, a enfermeira do hospital me liga.
- Doutor, a criança acabou de chegar em nosso hospital! – me disse, toda contente.
- Como? Quem trouxe essa criança a essa hora da noite? – perguntei.
- Foi um piloto e uma enfermeira, que não sei o nome, em um monomotor, doutor.
A criança havia sido salva.”

São diversas histórias, como essa, que trazem à tona a complexidade que é praticar medicina na região amazônica, com enormes obstáculos, mas com muita superação e, além de tudo, aprendizado. Todas as crônicas, divididas em 21 capítulos, foram escritas pelo neurocirurgião do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), Érik Jennings.
Jennings conta que a interação cultural é um importante processo na medicina. E, com base nessas interações, ele quis reunir o que de mais significativo viveu até aqui em sua trajetória como um neurocirurgião na Amazônia. Até o nome da obra, Paradô, remete a isso, a um encontro para conversas.
“Se você parar para pensar e conversar, você aprende muito. Começa a ver que, para praticar uma medicina mais eficiente, tem que entender a cultura, entender a geografia da região”, diz o médico, sempre muito atento aos anseios das comunidades locais. Para ele, atuar no interior da Amazônia é um grande desafio, pois atende-se a uma diversidade muito grande de pessoas, com origens e culturas diferentes. “O médico vai atuar com populações indígenas, remanescentes de quilombo, ribeirinhos, imigrantes de toda a espécie, numa região do planeta onde você tem doenças relacionadas à floresta, mas tem doenças relacionadas ao câncer e, no meio, tem as doenças relacionadas ao trauma”.
O médico santareno tem uma relação muito próxima com o HRBA. Ele lutou para que o hospital fosse construído e entrasse em funcionamento, foi Diretor Técnico e, atualmente, é coordenador da equipe de Neurocirurgia. Mas o fato que mais chama a atenção é a ligação que teve com o homem que deu nome à instituição: Dr. Waldemar Penna.
Aos quatro anos de idade, Érik sofreu uma grave queimadura. Uma panela que estava sobre o fogão caiu e despejou água fervente sobre o seu corpo. Ele foi levado à Casa da Saúde, um hospital que ficava na orla da cidade. O caso era grave. Os rins paralisaram. E o menino entrou em coma. Coincidência ou não, quem o atendeu foi o médico Waldemar Penna.
Santarém, na década de 1970, era bastante deficiente no atendimento à saúde. E a família não tinha condição de transportá-lo para um grande centro. A esperança se transformou em fé, mesmo quando a situação apontava para o pior. “O Dr. Penna cuidou de mim, mas chegou uma hora que não tinha mais o que fazer. Ele achava que eu ia morrer mesmo. Mas por sorte do destino, o rim começou a funcionar e eu tive alta”, conta Érik.
Décadas depois, e já formado em medicina, os caminhos dos dois voltaram a se cruzar de forma impactante. Waldemar Penna estava à beira da morte e chamou Jennings para cuidar dele. “Só que ele me chamou e disse assim: ‘eu vou morrer, eu só quero que você tire a dor’”. Mesmo com toda a argumentação, Penna disse que estava tranquilo, que nada poderia ser feito. “Para com a sua ansiedade de querer fazer algo mais por mim, só faz o que realmente tem para fazer, que é tirar a dor”. Eu acabei cuidando dele nos últimos momentos, e isso foi muito marcante, porque foi um cara que cuidou de mim quando moleque”, relembra Jennings.
Waldemar Penna estava com 91 anos quando faleceu, em julho de 2005, por insuficiência respiratória. O médico lutava contra um câncer de pulmão. Hoje, seu nome é carregado pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas, que é referência na região, no tratamento da doença.
“Recebemos esse exemplar da obra Paradô com muito orgulho. Além de ser uma referência na Neurocirurgia do Norte do país, Dr. Erik é reconhecido por toda a população como um médico extremamente dedicado, humano e identificado com as suas raízes”, diz o Diretor Geral do HRBA, Hebert Moreschi, e completa: “Ele é da região e conhece muito bem as riquezas e os desafios da população e da medicina amazônica”.
O lançamento da obra ‘Paradô, histórias vividas por um neurocirurgião da Amazônia’ aconteceu durante o 8º Salão do Livro do Baixo Amazonas, realizado de 6 a 15 de novembro, no Parque da Cidade, em Santarém.

Diretor Geral do HRBA, Hebert Moreschi, com o neurocirurgião Érik Jennings