sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Combate à AIDS terá foco no diagnóstico precoce



O diagnóstico precoce será o foco da ação do Ministério da Saúde no combate à Aids, disse na segunda-feira (24) o ministro Alexandre Padilha ao participar do Fórum ONGs de Aids de São Paulo. Ele lembrou que o tratamento com medicamentos antirretrovirais dão qualidade de vida ao portador do vírus HIV, principalmente quando o diagnóstico é feito cedo.
A questão do diagnóstico foi uma das principais demandas apresentadas pelo fórum. Segundo o presidente do Grupo Pela Vidda (Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids), Mário Scheffer, essa medida pode ajudar a reduzir as cerca de 11 mil mortes anuais causadas pela doença, ainda que seja louvável o fato das medidas da área de saúde terem conseguido fazer com que esse número esteja estacionado no mesmo patamar há vários anos.
Em entrevista depois do encontro, Padilha ressaltou que haverá uma atenção especial aos grupos mais vulneráveis, como os usuários de crack. Esse enfrentamento deverá ser adicionado ao planejamento de combate à droga.
Jovens que não são atingidos pelas etapas iniciais das campanhas de prevenção são outra parcela da população que terá atenção especial. Para isso, o ministro destacou que a internet será de grande importância. "Você tem, hoje, por meio da internet, uma troca permanente de informações e de acesso também a situações que possam implicar em risco não só da Aids, mas de outras doenças sexualmente transmissíveis".
Os movimentos sociais também pediram ao ministro que seja garantido o fornecimento ininterrupto dos medicamentos antirretrovirais. Scheffer disse que, no final de 2009 e no início de 2010, faltaram remédios que dão qualidade de vida aos cerca de 200 mil portadores do HIV.
Padilha disse vai solicitar aos técnicos do ministério e à direção do Programa Nacional de DST/Aids para ter um diagnóstico claro de quais são os possíveis gargalos no fornecimento dos medicamentos. Ele cogitou, inclusive, a hipótese da formação de um estoque regulador que traga independência do Brasil em relação ao mercado internacional.
Segundo Scheffer, essa foi a primeira vez em que um ministro ouviu os movimentos sociais, independentemente da equipe técnica do governo que acompanha e desenvolve o programa de enfrentamento à Aids. "Isso para gente é uma novidade", elogiou.
Para Padilha, o combate à Aids é um exemplo de como os usuários do sistema de saúde podem ajudar a aprimorar o atendimento.

Fonte: Agência Brasil | Daniel Mello

SP faz primeira cirurgia de próstata por acesso único da América Latina


O Centro de Referência em Saúde do Homem, unidade da Secretaria de Estado da Saúde na capital paulista, realizou com sucesso a primeira cirurgia da América Latina em que o paciente tem a próstata operada com apenas um pequeno furo feito abaixo do umbigo. Por este orifício entram um aparelho chamado de “single port” e uma câmera de vídeo para que o médico acompanhe o procedimento por um monitor de vídeo.
A cirurgia realizada por acesso único oferece mais conforto ao paciente por ser minimamente invasiva e muito mais rápida do que a convencional, em que o doente recebe cortes em todo abdômen. A internação dura apenas um dia e o processo pós-operatório é de apenas quatro dias, enquanto no método tradicional a pessoa precisa ficar internada durante uma semana e chega a permanecer em repouso por um mês.
A presença da tecnologia também traz otimização de recursos. Estima-se que, por receber alta no dia seguinte da operação, a contenção com hospitalidade e medicamentos seja de, aproximadamente, R$ 1,2 mil por pessoa tratada. Além disso, o paciente pode voltar à sua vida profissional mais cedo.
O “single port” foi utilizado pela primeira vez para tratar hiperplasia prostática (crescimento benigno da próstata) em um Hospital de Cleveland, cidade localizada em Ohio, nos Estados Unidos. A cirurgia demorou mais de cinco horas, seis vezes mais do que o tempo gasto em São Paulo.
“Seremos o primeiro centro em toda América Latina, com profissionais altamente treinados, a realizar rotineiramente esta cirurgia. É um avanço na medicina, principalmente para a rede pública de saúde, que vai trazer mais qualidade de vida aos pacientes”, destaca o médico chefe do serviço de urologia, Joaquim Claro.
O método é indicado para pacientes que estejam com a próstata muito dilatada chegando a pesar 100 g. No tamanho normal ela pesa entre 15 e 20 g.


Fonte: Secretaria de Estado da Saúde – SP

Colaboradores do HRBA participam de treinamento sobre NR-32


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Comer 8 porções de frutas e legumes por dia protege o coração



Comer um mínimo de oito porções de frutas e vegetais por dia pode diminuir o risco de doença cardíaca em um quarto, afirmaram cientistas britânicos. Um novo estudo descobriu que, ao contrário do que se imaginava, comer cinco porções diárias para uma vida saudável pode ser inadequado.
A informação foi publicada no site do jornal britânico "The Telegraph" nesta quarta-feira.
A pesquisa questiona a cota recomendada pelo governo do Reino Unido que segue orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e atualmente recomenda comer cerca de 400 gramas de legumes por dia.
No entanto, o novo estudo descobriu que porções extras oferecem mais proteção à saúde.
Pessoas que ingerem oito ou mais porções por dia têm 22% menos chance de morrer de doença cardíaca do que alguém que come apenas três --a média nacional do Reino Unido.
No entanto, o relatório do "European Heart Journal" admitiu que isso também pode significar que as pessoas que comem mais vegetais têm um estilo de vida mais saudável.
Uma porção equivale a cerca de 85 gramas ou uma cenoura pequena, uma maçã média ou uma banana pequena.
A pesquisa analisou 300 mil pessoas com idades entre 40 e 85 anos em oito países.
Segundo Victoria Taylor, nutricionista da Fundação Britânica do Coração, "este grande estudo observacional dá mais credibilidade à recomendação de comer mais frutas e legumes para ajudar a reduzir o risco de doença cardíaca". 
Para o professor Michael Marmot, diretor da UCL (University College London), "essa proporção é de uma enorme importância prática. Doença cardiovascular é a principal causa de morte comum. Uma redução de 22% é enorme".



Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Estudo sueco investiga por que alguns diabéticos não têm complicações



SÃO PAULO - Muitas pesquisas têm sido realizadas para descobrir os motivos pelos quais as pessoas com diabete desenvolvem complicações. Agora, cientistas fazem a pergunta inversa: eles querem saber por que alguns pacientes não têm essas complicações. O que é que os protege? O estudo Prolong (de "PROtetor da LONGevidade") pretende responder à questão.
"A maioria dos diabéticos, ao longo dos anos, desenvolve complicações graves ou fatais, mas entre 10% e 15% estão livres. Eles são os únicos em que estamos interessados", afirma Valeriya Lyssenko, que conduz o estudo juntamente com Peter Nilsson, ambos do Centro de Diabete da Universidade de Lund, na Suécia.
As principais complicações da diabete incluem doenças renais (nefropatias), lesões oculares (retinopatia), ataques cardíacos e derrames.

Artérias rígidas e açucaradas

Apesar de décadas de intensa pesquisa sobre as complicações da diabete, esses mecanismos fundamentais ainda não são totalmente conhecidos. Também não é possível prevenir ou tratar os danos aos vasos sanguíneos que atingem a maioria dos pacientes.
O risco de morrer de doenças cardiovasculares é de duas a três vezes maior para os doentes do que para os não-doentes. Os pequenos vasos sanguíneos também são prejudicados. Depois de apenas 10 anos com diabete, 70% das pessoas terão algum tipo de dano renal que poderá progredir para insuficiência. Como muitos sofrem de complicações oculares, alguns desenvolvem deficiência grave e 2% ficam cegos.
"Os vasos sanguíneos e outros órgãos do corpo tornam-se revestidos de açúcar e rígidos. É similar ao envelhecimento biológico precoce", compara Nilsson.

Metade dos "veteranos"

Talvez a própria natureza possa responder à pergunta de por que alguns pacientes são protegidos. Hoje existem cerca de 12 mil pessoas na Suécia com diabete há mais de 30 anos, das quais 1.600 têm a doença há mais de 50 anos.
"Cerca de metade desses 'veteranos' não têm maiores complicações. Dois terços dos que têm essa condição há mais de 50 anos escaparam de problemas relacionados. É claro que essas pessoas são diferentes e queremos saber o que é que as protege", afirma Valeriya.

Maior risco passa depois de 30 anos

O levantamento piloto, na província sueca de Escânia, avalia pacientes com diabete há mais de 30 anos. Num estágio posterior, portadores serão recrutados em todos os hospitais e centros de saúde do país. Eles serão comparados com os diabéticos que já desenvolveram complicações graves, apesar de terem a doença há menos de 15 anos.
O limite de 30 anos foi escolhido porque um indivíduo que tem diabete há muito tempo sem desenvolver complicações é improvável que apresente isso mais tarde.

Copiar os mecanismos de proteção da natureza

Os participantes vão responder a perguntas sobre sua vida e as doenças que eles ou seus parentes próximos apresentam. Várias amostras de sangue, incluindo testes genéticos, serão analisadas, e parentes dos voluntários também serão convidados a colaborar.
"Se pudermos identificar os fatores que protegem esses veteranos de complicações devastadoras, então pode ser possível desenvolver drogas que façam a mesma coisa", avalia Valeriya.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo