quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Governo quer proibir venda de remédios para emagrecer



A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quer banir de vez a comercialização de todos os remédios usados para emagrecer que atuam no sistema nervoso central: a sibutramina e os derivados de anfetamina (femproporex, dietilpropiona e mazindol).
O único remédio para o tratamento da obesidade que continuará liberado será o orlistate (Xenical), que atua diretamente no intestino, reduzindo em cerca de 30% a absorção de gordura.
Diante de estudos que apontam que o consumo de sibutramina aumenta o risco de problemas cardíacos, desde o ano passado a Anvisa impôs novas regras e endureceu seus critérios de venda.
A sibutramina deixou de ser vendida como medicamento comum e passou a integrar a categoria dos anorexígenos, que exigem receita especial.
A proposta de proibir os emagrecedores foi anunciada a especialistas e entidades médicas da área na semana passada e será publicada nesta quarta-feira (16) no site da agência, junto com um parecer explicando os motivos.
Para médicos endocrinologistas que atuam no combate à obesidade, a medida é radical demais e vai deixar os pacientes sem opção de tratamento, já que o controle da fome e da saciedade ocorre no cérebro.
Essa é a opinião do endocrinologista Márcio Mancini, chefe do departamento de obesidade do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
- Quase metade da população brasileira tem sobrepeso. Muitos pacientes não conseguem perder peso com o tratamento clínico convencional, que inclui dieta e exercícios físicos. Como vamos controlar a obesidade desses pacientes sem mexer no cérebro.

Estudo

Os benefícios não superam os riscos. Esse é o principal argumento que a Anvisa pretende usar na próxima semana, durante audiência pública, para convencer a classe médica de que é melhor proibir de vez o uso de medicamentos usados para emagrecer.
Segundo Dirceu Barbano, diretor da agência, o assunto vem sendo discutido desde o ano passado, quando a União Europeia baniu a sibutramina.
- Quase nenhum outro país tem sibutramina. As anfetaminas também estão diminuindo. E não há notícia de que isso piorou ou atrapalhou o tratamento da obesidade.
Em 2009, foram vendidas no país 67,5 toneladas de sibutramina.
Barbano diz que a Anvisa fez um levantamento interno e concluiu que, por mais que o medicamento seja controlado e indicado apenas para pacientes com determinados perfis, não há evidências suficientes que demonstrem que a perda de peso supera os riscos cardíacos.
- A nossa proposta, sustentada por uma extensa pesquisa, é de retirada imediata desses produtos do mercado. A não ser que consigam nos demonstrar com dados consistentes que estamos errados e esses remédios são bons e seguros.

Fonte: Agência Estado

Ciência avança em estudos para reforçar luta contra a dengue


Instituto Butantan, em São Paulo, desenvolve uma vacina contra a dengue. Foto Divulgação - Instituto Butantan


A luta contra a dengue tem muitas frentes. Começa nas casas e nas ruas, passa pelos hospitais e se trava cada vez mais nos laboratórios. Cinco pesquisas que estão sendo feitas no Brasil e no exterior para mostrar os avanços que a ciência tem conquistado neste sentido.

A bactéria que ajuda
Um estudo da universidade australiana de Queensland, com a participação do brasileiro Luciano Moreira (Fundação Oswaldo Cruz / Minas), usa como arma uma bactéria. A Wolbachia está presente em 60% dos insetos, mas não se tem notícia dela em mosquitos da espécieAedes aegypti na natureza.
Os pesquisadores infectaram o mosquito com esta bactéria e conseguiram um efeito surpreendente. Os espécimes infectados se tornaram imunes ao vírus da dengue. Ou seja, estes mosquitos simplesmente não transmitiriam a doença. Os cientistas não sabem explicar ao certo porque isto acontece, uma hipótese é que a bactéria seja mais forte na luta pelos nutrientes que estão dentro das células do inseto.
Outra característica importante da Wolbachia é que ela se perpetua de geração para geração. Um a fêmea infectada com a bactéria a passará para seus filhos. Por isto, a ideia dos pesquisadores é infectar fêmeas com a bactéria e soltá-las na natureza.
A hipótese é de que, em longo prazo, todos os Aedes aegypti se infectem. Se isto vier a acontecer, o mosquito deixará de ser um vetor para o vírus e não mais transmitirá a dengue. O plano deve ser posto em prática ainda em 2011 na Austrália.

Genética
No Imperial College London, da Inglaterra, pesquisadores apostam na genética para controlar as populações do mosquito transmissor. Um estudo teórico neste sentido foi divulgado no início de fevereiro deste ano pela publicação científica “Genetics”.
Eles criaram um modelo segundo o qual seria possível espalhar toxinas entre os Aedes aegyptisem o uso de pesticidas. Com alterações genéticas, seria possível colocar uma toxina no sêmen do mosquito, de forma que ele ou mate a fêmea ou a deixe infértil.
Este estudo não saiu do campo teórico. Os geneticistas propuseram o modelo por meio de equações matemáticas. De toda forma, há recursos para que ele seja posto em prática pela biologia molecular.
Uma preocupação da comunidade científica quanto à ideia é proteger a espécie. Reduzir as populações em pontos onde a dengue é um problema é um objetivo desejável. No entanto Mark Johnson, editor-chefe da “Genetics” lembra que “mosquitos têm uma função num ecossistema maior e erradicá-los completamente pode ter consequências inesperadas".

Má notícia
Marylene de Brito Arduino, pesquisadora científica da Superintendência do Controle de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (Sucen-SP), descobriu que a larva do Aedes aegyptiestá ficando mais resistente. Em sua pesquisa de doutorado, analisou os criadouros na cidade de São Sebastião, litoral norte de São Paulo.
Pela primeira vez, houve registro de reprodução dos mosquitos em água salina, ou seja, com resíduos de sal. A concentração máxima de salinidade na qual eles se reproduziram foi de 13,5%. Não é uma concentração tão alta. Por isto, colocar sal na água para matar as larvas ainda deve ser considerado um meio de matar as larvas.
De toda forma, a descoberta é um claro indício de que o mosquito está ficando mais tolerante, se aclimatando bem às condições oferecidas pelos humanos. Foram encontradas larvas vivas também em recipientes com produtos químicos e ferrugem.
Não se pode chamar este processo de evolução, pois não se trata de nenhuma mutação. O mosquito continua se reproduzindo normalmente em água limpa e parada.

Vacinação
O Instituto Butantan, em São Paulo, é um dos que investem nesta área. Há uma parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos na produção do medicamento.
No Brasil, esta pesquisa já foi testada em camundongos e macacos e, até o momento, tem se mostrado segura e eficiente. Alexander Precioso, diretor de testes clínicos do instituto, está agora providenciando as condições para que comece a fase de testes em humanos. Nos EUA, estes testes já começaram.
É importante ressaltar que há várias pesquisas correndo em paralelo na busca pela vacina. Mundo afora, há empresas particulares – e concorrentes entre si – investindo dinheiro em pesquisas.

Engenharia
Nem só de ciências biológicas vive a luta contra a dengue. Adilson Elias Xavier, professor da pós-graduação da engenharia na UFRJ, usou a matemática aplicada para ajudar os agentes sanitários. Ele é um dos mentores do Webdengue, um projeto que ajuda na logística e na otimização dos recursos da saúde pública.
Com mapas urbanos, banco de dados integrados e computadores portáteis (palmtops) distribuídos entre os agentes, é possível organizar melhor o combate. Os focos já visitados ficam marcados no mapa e fica mais fácil visualizar os caminhos que devem ser traçados. Além disto, o sistema integrado ajuda com que os agentes se juntem rapidamente se preciso.
O sistema já foi utilizado com sucesso em Fortaleza e está pronto para ser aplicado também no Rio de Janeiro.

Fonte: G1

Cientistas recriam distúrbio cardíaco em laboratório


Usando células-tronco tiradas de crianças com uma rara alteração dos batimentos cardíacos, cientistas dos EUA criaram, em laboratório, células cardíacas pulsantes contendo o mesmo problema - o que permitirá que os pesquisadores testem novos medicamentos em células humanas, em vez de ratos.
Uma droga contra o câncer que está sendo desenvolvida pelo laboratório Cyclacel, por exemplo, parece ter efeito sobre essas células, segundo artigo publicado no último dia 09 na revista "Nature" pela equipe de Ricardo Dolmetsch, da Universidade Stanford.
Esse é um dos primeiros estudos que empregam a nova tecnologia que cria modelos de doenças humanas ao reprogramar células comuns para se comportarem como células-tronco embrionárias -- que funcionam como um "manual de instruções" do organismo, podendo dar origem a qualquer tipo de tecido.
Esse método, chamado de células-tronco pluripotente induzid as (iPS, na sigla em inglês), foi descoberto em 2006, e pode dar origem a cultivos celulares que sobrevivem por meses ou anos a fio em laboratórios.
A equipe de Dolmetsch recolheu células cutâneas de crianças com a síndrome de Timothy, um distúrbio genético raro que provoca autismo e arritmia cardíaca, o que pode ser letal.
Dolmetsch contou que o trabalho de transformação das células cutâneas em células cardíacas levou cerca de quatro anos. Foram usadas células de duas crianças com a síndrome de Timothy, e de cinco pessoas normais. As células foram induzidas a se tornarem células do átrio e ventrículo cardíacos, e das células nodais - a "parte elétrica" do coração. Esse três tipos de células espontaneamente se agruparam para formar pequenos corações com uma só câmara.
Nos cultivos obtidos de pacientes doentes, o coração tinha um ritmo mais irregular. A equipe então as submeteu a várias drogas contra arritmia. Nenhu ma funcionou, mas houve sucesso com a substância experimental roscovitine, atualmente na fase 2 de testes clínicos.
Dolmetsch disse que a droga precisaria ser alterada para uso em doenças cardíacas reais, mas que sua descoberta já aponta para as promissoras possibilidades das iPS como forma de estudar doenças humanas, especialmente em casos nos quais não há bons equivalentes animais. "O potencial é realmente grande", disse ele.
A equipe dele também estuda outras formas genéticas de problemas cardíacos, e criaram em laboratório um modelo de fibrilação ventricular, um importante fator de mortes cardíacas, que faz 400 mil vítimas por ano nos EUA.
A Universidade Stanford requereu patente da tecnologia, e Dolmestch disse que vários laboratórios, como Pfizer, Roche e Amgen, manifestaram interesse em licenciar algumas das linhagens.

Fonte: Reuters

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Medicamento 'a base de curry' pode ajudar na recuperação de AVC


Testes realizados com cobaias animais sugerem que um novo medicamento híbrido, fabricado em parte com curry, pode ajudar a regenerar os neurônios depois de um acidente vascular cerebral (AVC), indicaram pesquisadores americanos no último dia 10.
O composto molecular do curry contém curcumina, um pigmento natural de cor amarela extraído do açafrão (Curcuma longa ou açafrão-da-terra) muito popular no sudeste asiát ico e no Oriente Médio.
Testes em humanos com o medicamento, que restaura as ligações que alimentam os neurônios, poderão ter início em breve, de acordo com o cientista Paul Lapchak, do conceituado centro médico Cedars-Sinai.
A nova droga não ataca os coágulos que provocam o AVC, mas, quando administrada durante uma hora em coelhos (que seria equivalente a três horas para humanos), "reduziu os 'déficits motores' - problemas musculares e de coordenação motora - provocados pelo derrame", segundo o estudo.
O composto híbrido, chamado de CNB-001, "atravessa a barreira hematoencefálica, é rapidamente distribuído no cérebro e regula uma série de mecanismos cruciais envolvidos na sobrevivência dos neurônios", explica Lapchak.
O especialista apresentou suas conclusões no Congresso sobre Acidentes Vasculares Cerebrais da Associação Internacional do Coração.
Lapchak destaca que o t empero em si não apresenta os benefícios do medicamento, uma vez que não é bem absorvido pelo organismo e não é capaz de atingir seu objetivo em altas concentrações.
Além disso, sua entrada no cérebro é naturalmente bloqueada pelo mecanismo de proteção conhecido como barreira hematoencefálica, que filtra as substâncias que chegam ao sistema nervoso central através da corrente sanguínea.
Conhecido como ativador do plasminogênio tecidual (tPA), a substância é injetada diretamente na veia para dissolver coágulos e restituir o fluxo sanguíneo.

Fonte: France Presse

Médicos querem limite de volume para tocadores de MP3


Zumbidos causados por música alta podem ser crônicos / Foto: Getty Imagens

O uso de reprodutores de música MP3 com um volume superior aos 80 decibéis está provocando um aumento dos problemas de audição nos jovens de dez a 35 anos. Especialistas reunidos no último dia 10 em Barcelona (Espanha), pediram que a indústria limite o som desses aparelhos.
Joan Domènech Oliva, professor da Universidade de Barcelona, explicou que os zumbidos, que são ruídos contínuos do ouvido que hoje em dia ainda não têm cura, são a principal consequência do volume excessivo, um problema que já afeta 4% da população e, especialmente, pessoas entre dez e 35 anos. 1% das pessoas passam por um problema grave desse tipo, o que influencia o estado emocional e psicológico
Calcula-se que na Espanha 1,5 milhão de pessoas sofram com os zumbidos – 80% são jovens. Domènech diz que, graças à legislação sobre prevenção de riscos trabalhistas e a existência de meios para prevenir o excesso de ruídos, diminuiu o número de casos de zumbidos entre os trabalhadores.
No entanto, o problema não foi reduzido devido ao grande aumento de casos entre os jovens como consequência do uso de reprodutores de música digitais. Por isso, os especialistas recomendam aos jovens que vão para discotecas ou shows e ficam com assobios nos ouvidos que persistem por horas que procurem um especialista para iniciar um tratamento preventivo com o objetivo de evitar o surgimento de zumbidos, que podem chegar a ser crônicos.
Domènech ressaltou que seria um grande passo se os tocadores de MP3 incorporassem um indicador de volume ou um limitador, já que acima de 80 decibéis o ouvido corre perigo. Além do trauma sonoro, os zumbidos também podem surgir por infecções.

Fonte: "Copyright Efe - Todos os direitos de reprodução e representação são reservados para a Agência Efe."

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Saúde investirá R$ 12 mi no Programa de Saúde da Família



A partir deste ano, equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF) compostas por um médico com residência médica em medicina de família e comunidade (MFC) ou título de especialista na área receberam do Ministério da Saúde incentivo de mil reais a mais em seu orçamento mensal, o que significa investimento de R$ 12 milhões ao ano.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Gustavo Gusso, este é o acontecimento dos últimos cinco anos para a especialidade e para a Atenção Primária à Saúde (APS).
Atualmente, as equipes recebem entre R$ 6.400 a R$ 9.600, que, de acordo com o Departamento de Atenção Básica à Saúde (DAB), depende da população do município, do Índice de Desen volvimento Humano (IDH) e da região onde está localizada.
das doenças mais comuns, como asma, diabetes, hepatites, depressão, entre outras, e fazer o encaminhamento de casos complexos a outros profissionais da saúde. Entretanto, o especialistas ressalta que o salário atrai os profissionais, mas não os fixa.
Hoje, nas 31.500 equipes de ESF do país responsáveis pelo atendimento de 99% dos municípios brasileiros, há apenas 1.500 médicos especializados em Medicina de Família e Comunidade atuantes.

Fonte: Business Web

Em um mês, Amazonas já confirmou mais de mil casos de dengue



Até a último dia 8, a dengue afetou 1.173 pessoas no Amazonas. Isso representa 24% de todos os casos confirmados no ano passado, quando a doença fez 4.727 vítimas no Estado. Por causa desse surto, o governo do Amazonas decretou estado de emergência em nove municípios: Manaus, Humaitá, Nova Olinda do Norte, Barcelos, Lábrea, Tefé, Coari, Codajás e Itacoatiara.
Esse número total de casos ainda vai aumentar pois existem milhares de ocorrências em investigação. Dados do Sinam/AM (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) mostram que, em 2011, j á houve 4.671 notificações. Após ser notificado, cada caso é investigado antes de ser confirmado.
Além disso, a dengue já matou seis pessoas no Amazonas este ano, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.
Manaus é o município com o maior número de notificações, com 3.082, sendo que 1.161 casos já foram confirmados. Em Tefé, as notificações chegaram a 526, embora haja apenas um caso confirmado da doença. Em Coari, são 185 casos notificados e, em Lábrea, 170.
Uma das principais causas desse surto se deve à alta população de mosquitos no Estado. O último Levantamento do LIRAa (Índice Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti), realizado em janeiro, mostra que, nos nove municípios, os índices variam de 4,2% (Coari) a 6,1% (Lábrea). Acima de 4%, o risco de a região sofrer uma epidemia é considerado muito alto pelo Ministério da Saúde.
O Amazonas está incluído no grupo dos 16 estados brasileiros com ma ior risco de epidemia, segundo critérios do Ministério da Saúde. Entre os motivos está a vulnerabilidade da população principalmente aos sorotipos 1 e 3, com pouca circulação, e a recente entrada do vírus tipo 4. Além disso, contribuem para os riscos a presença do mosquito em 28 dos 62 municípios, e a alta mobilidade populacional.

Planos emergenciais
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, Manaus já foi orientada a definir um novo plano de controle para a capital. Prefeitos e secretários de saúde dos demais municípios atingidos pelo decreto reúnem-se ainda nesta semana em Manaus para elaborar seus planos emergenciais.
Os planos emergenciais deverão considerar o cenário atual e conter as estratégias para intensificar as ações nas áreas de vigilância epidemiológica, atenção ao paciente, controle do mosquito, mobilização social, notificação de casos, capacitação de pessoal, interação inst itucional e coleta de lixo.
O secretário informa ainda que a interiorização da dengue se intensificou em 2010, quando os municípios passaram a contribuir com 62% do total de casos do Estado. Em 2009, Manaus concentrava 80% do total de registros.

Fonte: R7