Projetado
pelo Governo do Estado do Pará para ser um Hospital de Média e Alta
Complexidade no interior, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA),
administrado pela Pró-Saúde, passa
por uma nova etapa na sua trajetória de assistência a Saúde, a busca
pela Certificação de Hospital Ensino (HE) junto aos Ministérios da Saúde
e da Educação. O projeto é um sonho iniciado a cerca de dois anos,
período em que o Governo do Estado, por meio da Universidade do Estado
do Pará (UEPA) formou sua primeira turma de medicina, abrindo assim a
possibilidade dos novos médicos fazerem uma especialização em Santarém.
Hoje, além de um Hospital de Média e Alta Complexidade, o HRBA também é
uma entidade de formação, fonte de ensino e pesquisa, realizando
inúmeros cursos de capacitação para profissionais e acadêmicos da área
da Saúde. Com a sua estrutura, o HRBA atende 20 municípios do Oeste
Paraense e possui 128 leitos distribuídos em 17 clínicos, 45 cirúrgicos,
17 pediátricos, 21 oncológicos, 4 obstétricos e 21 de UTI. A sua
Unidade de Terapia Intensiva passa por ampliação e no primeiro trimestre
de 2014, passará a ter 49 leitos, mais que o dobro de sua capacidade
atual.
Em
Santarém o HRBA ainda disponibiliza de capacitações para os mais de
1100 profissionais e oferece à comunidade médica e acadêmicos eventos
como seminários, workshops e congressos. No Hospital Regional já estão
disponíveis as residências médicas em Cirurgia Geral, Ortopedia e
Traumatologia, Clinica Médica, Cancerologia Clínica, Medicina da Família
e Comunidade, além da residência multiprofissional em Farmácia,
Enfermagem, Psicologia, Serviço Social, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional. “Nossa residência tem dois anos e veio por um esforço muito
grande entre pessoas, grupos e circunstâncias que aconteceram. Hoje,
contamos com residências em várias especialidades, que fazem com que
tenhamos profissionais formados, qualificados e prontos para trabalhar
na região. Isso é muito bom, pois modifica toda uma sociedade. É muito
maior que uma ação no âmbito da saúde, contribui para toda a sociedade e
isto é muito bom”, declarou o Coordenador do Setor de Oncologia do
HRBA, um dos Coordenadores da Residência em Cirurgia Geral e Professor
da Universidade do Estado do Pará, Dr. Marcos Fortes.
Residindo
a 15 anos em Santarém, o médico ortopedista e traumatologista dos
Hospitais Regional e também do Hospital Municipal de Santarém, Dr. Paulo
Pires, fala sobre a importância de trazer novas Residências para
Santarém e da necessidade da Região Oeste do Pará ter um Hospital de
Ensino consolidado e certificado. “É difícil interiorizar médicos
trazendo de outros locais. Temos que formar pessoas aqui com
qualificação. Essa foi a ideia que eu tive quando aceitei vir do Rio de
Janeiro para cá. Depois eu e um grupo de pessoas nos juntamos no intuito
de formar aqui as pessoas e não mais mandar para fora. Esta região
abrange, não digo municípios, e sim Estados. É importante que tenhamos
uma instituição de ensino, e que está instituição fixe os profissionais
nesta região. Caso contrário, acontece o que aconteceu comigo e com os
outros que foram embora, ou seja 70%, até 80% não voltaram, e isso é
muito ruim. O que está acontecendo hoje é o sonho que tive há 15 anos”,
falou o médico que acredita na potencialidade da Região Oeste do Pará
para a formação de profissionais.
Santareno,
formado fora da sua terra e voltando a residir em Santarém, o médico
Alberto Tolentino, sonha com a possibilidade de profissionais da Saúde
não precisarem deixar seus lares em busca de maior qualificação. Médico
no Hospital Regional e Pronto Socorro Municipal, além de ser Professor
Universitário, Dr. Alberto Tolentino, afirma que a certificação do HRBA
como um Hospital de Ensino será um ganho para toda a Sociedade.
“Santarém é um polo não apenas educacional, mas também de Saúde. A
junção destes dois processos, o de transformar o Hospital Regional, que
já é um Centro de Referência para a Saúde do Oeste do Pará, em um
Hospital Ensino, vai fazer bem para sociedade santarena. Sem a união de
esforços de todos os colaboradores, médicos e da direção, jamais
poderíamos pensar em ter este título. Temos que agradecer a direção que
deu esse passo e viu essa tão almejada posição para o Hospital Regional
na parte acadêmica. Dessa forma, os futuros médicos saem da
universidade bem melhor indicados, orientados e titulados. Isso é muito
bom, tanto para a residência médica quanto para os acadêmicos do
internato”, enfatizou o médico que complementou: “Meus filhos não vão
precisar sair de casa para se especializarem”.

O
médico e certificador dos Ministérios da Saúde e da Educação, Dr.
Joaquim Antônio, explicou que o processo de certificação de um HE só é
possível quando ele obedece a quatro pilares: Assistência, Gestão,
Ensino e Pesquisa. Padrões seguidos pelo HRBA que oferece cursos de
qualificação e de capacitação tanto em graduação, quando em
pós-graduação, as residências médicas. Em todo o país apenas 200
hospitais possuem este titulo.“No interior este é o primeiro hospital
que almeja ser um Hospital de Ensino. Na capital temos alguns hospitais
universitários, como da Universidade Federal do Pará, como de outras
instituições já reconhecidos e no Brasil temos em torno de 200 Hospitais
de Ensino. No interior do Pará, o Hospital Regional do Baixo Amazonas é
o primeiro que solicita a certificação, e vale deixar claro que para
ser Hospital de Ensino é algo voluntário”, falou o certificador.
A
partir da visita dos certificadores a Região do Oeste Paraense poderá
ter uma nova página na sua história. “Certamente é um ganho para a
população de um Estado como o Pará, que possui dimensões enormes e tem
uma carência de profissionais de saúde. Santarém é uma cidade polo
educacional. Já possui um curso de medicina, há uma expansão de cursos
da Universidade Federal do Pará, além de outras instituições de ensino.
Um Estado com a dimensão continental do Pará, e com a distância dos
centros mais consolidados. é importante que aqui se crie instituições de
ensino para que as pessoas não precisem migrar daqui para poder se
qualificar, e certamente o HRBA tem possibilidades para ser, a partir de
2014, um Hospital de Ensino. Mas, vai depender ainda desde relatório,
dos dados e das análises interministeriais”, ressaltou Dr. Joaquim, após
citar que o relatório elaborado por eles será analisado pelos
Ministérios para que seja concedido o titulo de Hospital Ensino.
