Ciência e tecnologia
18/08/2013 - 20h16
Hospital Regional do Baixo Amazonas
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: SENSIBILIZAÇÃO É O PRIMEIRO PASSO

Hospital Regional do Baixo Amazonas - HRBA,
localizado em Santarém, vem realizando uma série de estudos e se
adaptando para executar, num futuro próximo, transplantes de órgãos
humanos. A unidade de saúde, que é referência na região, já vem
mostrando que tem condições para assumir essa função. No ano passado,
começaram as primeiras experiências. Dos 19 pacientes que tiveram
constatada a morte encefálica, 04, com a devida autorização da família,
foram submetidos ao processo de captação de órgãos para a doação. Neste
ano de 2013, 07 pacientes internados no HRBA tiveram morte encefácila,
mas a família deles não autorizou a doação dos órgãos.
Morte Encefálica
- é determinada quando há perda irreversível das funções cerebrais que
mantêm a vida. Ou seja, da consciência e da capacidade de respirar. Esse
quadro pode ser causado por uma lesão no cérebro após traumatismo
craniano grave, tumor intracraniano ou derrame cerebral. No entanto, o
coração do indivíduo permanece batendo por algum tempo e os demais
órgãos funcionando. Mas, esse tempo é muito curto, por isso, a
constatação desse quadro tem que ser muito rápida para que procedimentos
possam ser aplicados para a manutenção desses órgãos que podem ser
destinados à doação.
Para atuar na doação de
órgãos o HRBA implantou a CIHDOTT - Comissão Intra Hospitalar de Doação
de Órgãos e Tecidos para Transplante, atuando desde o ano passado,
composta por 5 integrantes (um médico, coordenador; um enfermeiro,
vice-coordenador; 2 enfermeiros; e 01 assistente social). Mas, a CIHDOTT
só tem autorização para atuar dentro do Hospital Regional, e com
pacientes internados nesta unidade de saúde.
Nesse
processo cada minuto é precioso, pois depois que cérebro deixa de
funcionar a tendência é que os demais órgãos do corpo humano paralisem
seu funcionamento em até, no máximo, 05 dias. Constatada a morte, é
preciso que haja autorização da família do paciente para a doação dos
órgãos; caso a família concorde, a CIHDOTT entra em contato com uma
equipe de profissionais de Belém, PA, que vem a Santarém para a captação
dos órgãos. Após esse processo , os órgãos são enviados aos seus
destinos de acordo com a lista de espera coordenada pelo Ministério da
Saúde.
Os rins e as córneas do doador a gente
sabe que ficam no estado, pois aqui no Pará nós temos programas de
transplante de rins e córneas. Os demais órgãos são encaminhados a
diversas partes do Brasil, seguindo a lista de espera?, garante o médico
Emanuel Spósito, membro da comissão de transplante do HRBA.
Por
enquanto, o HRBA está apto apenas para desenvolver o diagnóstico, que
constata a morte encefálica do paciente; a manutenção do corpo até a
chegada da equipe responsável para fazer a captação dos órgão, que é o
terceiro passo. Agora, o hospital vem se estruturando para realizar o
quarto procedimento, que é o transplante.
É
importante ressaltar ainda que não existe uma idade limite para ser
doador de órgãos e tecidos. O que determina o uso de partes do corpo
para transplantes é o estado de saúde com base em uma avaliação médica
do doador. A cirurgia para a retirada dos órgãos é como qualquer outra e
os cuidados com a reconstituição do corpo são obrigatórios. Após a
retirada dos órgãos, o corpo fica como antes, sem qualquer deformidade.
De acordo com o HRBA atualmente mais de 60 mil pessoas estão na lista de
espera aguardando um transplante compatível.
"O
transplante de órgãos é a melhor maneira de se tratar uma insuficiência
renal, por exemplo, pois você estará colocando um órgão novo. Então
aquele rim que está com problema durante muito tempo até chegar ao ponto
de parar e o paciente ser obrigado a fazer a hemodiálise, que na
verdade é apenas um paliativo, pode ser substitutido por outro. O melhor
tratamento no caso dos pacientes que precisam fazer a hemodiálise é o
transplante de rim", informa Emanuel Spósito. Ele também diz que o mesmo
vale para quem apresenta problemas no coração, no fígado etc.
O
HRBA pretende, em breve, expandir as atividades relacionadas à doação e
transplante de órgãos e tecidos. Mas, para isso, além da autorização do
Ministério da Saúde, será obrigatória a implantação de uma OPO
-Organização a Procura de Órgão, cujas atribuições irão além. Dessa
forma será possível fazer o diagnóstico de morte encefálica em pacientes
de outras unidades de saúde de Santarém e dos demais municípios do
Baixo Amazonas e, se houver autorização da família, encaminhar esses
pacientes para o processo de manutenção e captação de órgãos e tecidos.
Com a vinda da OPO a gente tem mais liberdade, mais possibilidade de ir
até outros hospitais, outros municípios, verificar a situação desses
pacientes com mais propriedade. A CIHDOTT é uma comissão muito limitada.
O nosso local de atuação é apenas no HRBA. Por exemplo: eu não posso
sair daqui do Hospital Regional para ir ao Hospital Municipal para
verificar e agir como agimos dentro do HRBA. O ideal seria o HMS ter sua
CIHDOTT, isso facilitaria muito?, declara Renê Silva, vice-coordenador
da CIHDOTT/HRBA.
Dia Nacional - a comissão de
transplantes do HRBA está organizando uma extensa programação para ser
desenvolvida no mês de setembro. Dia 27/09 é comemorado o Dia Nacional
de Doadores de Órgãos.
O que você precisa saber:
Há dois tipos de doadores: o vivo e o não-vivo (constatação da morte encefálica).
Órgãos que podem ser doados em vida: um dos rins, parte do pulmão, parte do fígado e medula óssea.
Órgãos
que podem ser doados após a morte: rins, pulmões, coração, válvulas
cardíacas, fígado, pâncreas, intestino, córneas, ossos, cartilagem,
tendão, veias e pele.
Morte encefálica é um lesão irrecuperável e irreversível do cérebro.
É importante lembrar que a família é quem decide pela doação de órgãos.
Como posso me tornar um doador de órgãos?
O
passo principal é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu
desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares
devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. A
doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a
partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais parte
do seu corpo, em condições de serem aproveitadas para transplante,
possam ajudar outras pessoas.
Fonte:http://www.voxgreen.com.br/noticia.php?id=28
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