O tratamento oncológico é desgastante e longo. Geralmente os
pacientes lutam, por anos, contra a doença, passando por sessões de
quimioterapia, radioterapia e procedimentos cirúrgicos. O hospital torna-se a
segunda cada dessas pessoas. E, para tentar tornar esse ambiente cada vez mais
aconchegante, a equipe multiprofissional do Hospital Regional do Baixo Amazonas
(HRBA) realiza diversas ações com esse público. Na última quarta-feira, 23/03,
foi realizada uma roda de conversas entre os pacientes e a equipe hospitalar.
As pessoas puderam compartilhar as suas experiências e conhecer mais
profundamente os colegas e vizinhos de quarto. O encontro também teve
participação musical.
Marinete Sousa, de 61 anos, está em tratamento há mais de três
anos contra um câncer de colo de útero. Ela aprovou a ideia da ação. “Eu achei
maravilhoso. Hoje eu saí daqui e fiquei lá acompanhando, cantando os pedacinhos
das músicas que eu sabia. Eu espero que isso continue para gente poder se divertir”.
Marinete também fala da importância de criar laços com os outros pacientes. “A
gente vai se entrosando e forma aquela família. É muito bom, porque as pessoas
trazem coisas boas e a gente vai tirando da cabeça essa coisa de doença. É
melhor pensar em viver, conversar coisa boa. Eu considero uma privilegiada em
poder estar no meio dessas pessoas”, conta a paciente oncológica.
A ação foi realizada
em conjunto com a equipe multiprofissional da clínica oncológica da unidade. “Os pacientes ficam
internados aqui durante um longo tempo e não é bom que fiquem sem realizar
atividade. Eles têm um tempo maior do que qualquer outro tipo de especialidade.
Daí surgiu a ideia de fazer um evento que eles pudessem conversar, cantar, para
que saíssem da rotina”, diz a enfermeira Poliana Lessa.
Essa troca de experiências pode contribuir com o tratamento,
porque os pacientes sentem que não estão sozinhos, e que outras pessoas
enfrentam os mesmos problemas – ou até mais graves. “Por nossos pacientes terem
um quadro clínico um pouco mais grave que de outras unidades, eles se
resguardam muito no leito. Então é todo um trabalho para gente tentar tirá-los
do quarto. E essa foi a ideia, de trazer uma pessoa para tocar violão e cantar
com eles, interagindo assim. E a gente conseguiu”, compartilha o técnico de
enfermagem Henderson Silva.
Hospital
Público e gratuito, o HRBA é gerido pela Pró-Saúde Associação
Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a
Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade presta assistência
para mais de 1,1 milhão de pessoas em 20 municípios do oeste paraense.
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