quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Pacientes oncológicas ganham perucas em ação do Hospital Regional de Santarém


Sete perucas ganharam novas donas e passaram a fazer parte da rotina de mulheres que realizam tratamento de câncer no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), localizado em Santarém, no oeste do Pará. Em clima de Carnaval, o grupo de apoio a mulheres com câncer ‘Amigos do Peito’ realizou a doação nesta quinta-feira, 04/02. A iniciativa conjunta com o setor de Oncologia do Hospital Regional serviu para renovar a autoestima das pacientes e reforçar a importância de se oferecer um tratamento cada vez mais humanizado e eficiente.
O Hospital Regional do Baixo Amazonas tem, atualmente, 1.060 pacientes em tratamento de câncer. Inclusive com pessoas de outros estados, já que o hospital é um polo de referência na atenção à doença. “Apesar de termos uma excelente estrutura física, de equipamentos, de profissionais médicos e multiprofissionais, acredito que o fator principal que diferencia o serviço do HRBA é o fator humano e, por isso, sempre fazemos questão de acolher o nosso usuário e de participar ativamente do processo assistencial”, explica o diretor geral da instituição, Hebert Moreschi.
Francilene da Costa, de 48 anos, foi uma das pacientes que recebeu peruca. Ela está em tratamento contra um câncer de mama há seis meses. “Eu me senti muito bem em receber essa peruca. Com certeza a minha autoestima melhorou muito mais. Graças a Deus não tenho me abatido com a situação pela qual eu passo”, revelou.
Durante a ação, o coordenador da Oncologia da unidade, cirurgião Marcos Fortes falou da importância de se proporcionar momentos como esse aos pacientes. “Quando você se olha no espelho precisa se agradar daquilo que está vendo. E uma ação como essa demonstra que a oncologia do hospital não está pensando somente no tratamento físico, mas também no tratamento espiritual, psicológico, da autoestima, deixando essas pessoas de uma maneira que possam responder ao tratamento e às adversidades que enfrentarem”, comenta.
Paciente oncológico, Jurandir Viana também integra o grupo de pagode Oitava Cor, que animou o evento realizado neste Dia Mundial de Combate ao Câncer, ao ritmo de marchinhas de Carnaval. O músico enfrenta um câncer de próstata e encorajou os outros pacientes a seguirem adiante com os tratamentos, sem desanimar. “O importante é não perder a esperança nem a alegria. A música me ajuda bastante durante o tratamento”.
AMIGOS DO PEITO
A integrante do grupo Amigos do Peito, jornalista Leíria Rodrigues, mostra como o apoio a essas mulheres é fundamental para o sucesso do tratamento. “Uma peruca, um lenço, um batom mostram não só que está mulher se cuida, mas que ela está bem, se sentindo forte, animada”.  O grupo surgiu a partir de 2012, quando Leíria descobriu que estava com câncer de mama e recebeu o apoio de amigos e familiares para enfrentar o tratamento. Hoje ela faz o mesmo com outras pessoas.
As perucas foram confeccionadas a partir de doação de cabelos de várias pessoas, inclusive de outros estados. Para quem recebeu, este foi um ato de muito amor. “Quanto mais ativas, alegres e participantes do processo estiverem, melhor será o resultado do tratamento. Estamos muito felizes em poder proporcionar isso, uma assistência de qualidade, segura e principalmente humana para os nossos pacientes”, finaliza Moreschi.
CÂNCER
Os tipos mais comuns de câncer entre as mulheres em tratamento no hospital são: colo de útero (35%), mama (26%) e pele (14%). Em homens, os mais comuns são: próstata (28%), pele (25%) e estômago (15%). Em 2015, 220 pessoas iniciaram o tratamento no Hospital Regional, sendo que 21% destes, são de câncer de mama e 13% de colo de útero.
O serviço de quimioterapia do Hospital Regional do Baixo Amazonas realizou, em 2009, 2.730 sessões. Em 2015, o total de sessões foi de quase 7.900 (volume 188,6% maior). Em 2011, um ano após a inauguração do setor de Radioterapia, quase 12 mil sessões de radioterapia foram realizadas. Em quatro anos, esse número aumentou em mais de 15 mil, o que representa um crescimento de 127%. Em 2015, 27.125 sessões foram realizadas. No ano passado foram realizadas mais de 12.400 consultas oncológicas.
O HRBA é uma unidade hospitalar pública e gratuita pertencente ao Governo do Pará e administrada pela Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrasto de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).




Discovery Channel grava casos raros tratados no Hospital Regional do Baixo Amazonas


Quatro casos de doenças raras e complexas acompanhadas pela equipe médica do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) chamaram a atenção da equipe de televisão da série Meu Corpo, Meu Desafio, do canal Discovery Internacional. Em janeiro deste ano, a equipe esteve em Santarém (PA), cidade onde fica o hospital, para as gravações. Foram vários dias de filmagens, entre o bloco cirúrgico, consultórios, e ainda pela região do oeste do Pará, para contar as histórias dos pacientes. A previsão é de que a reportagem vá ao ar em julho desde ano.
Conhecido, internacionalmente, por contar realidades anormais de indivíduos com doenças extraordinárias, a equipe do programa de TV Meu corpo, Meu Desafio veio até a Amazônia para mostrar um pouco da vida de Márcia Lobato Costa, de 37 anos, moradora do município de Belterra, há 100 km de Santarém, do pequeno L. S., de 5 anos, residente de Santarém, e dos irmãos: M. B. e J. B., de 7 e 15 anos respectivamente, moradores da comunidade de Alenquer, distante cerca de 50 km de Santarém.
Todos diagnosticados com anomalias raras, os personagens fazem seus tratamentos no HRBA, há aproximadamente dois anos. Segundo o médico cirurgião plástico, Euler Amaral, a interiorização da medicina no Estado do Pará vem proporcionando a pacientes, como esses, uma mudança de vida e esperança de dias melhores que não era possível há alguns anos, em um interior no meio da Amazônia. “Aqui no hospital o tratamento proporcionado a esses pacientes é compatível aos que são realizados nos grandes centros médicos do mundo, com isso é louvável o investimento em hospitais como o nosso em uma região como Santarém, que é uma cidade polo no estado do Pará, no ponto de vista estratégico para desafogar os grandes centros e, ainda, oportunizar saúde e qualidade de vida para moradores de regiões mais afastadas”, diz.   
Ainda seguindo Euler, os casos citados na reportagem são raríssimos. O da paciente Márcia, por exemplo, ocorre um cada em quatro milhões de habitantes, ou seja, em uma região como a do Baixo Amazonas que possui, em média, um milhão de habitantes, a Márcia deve ser a única com a doença. Com o diagnóstico de Cutis vértices girata, a paciente já recebe tratamento no hospital, desde 2014. Atualmente, ela já realizou duas cirurgias para a colocação de expansor de pele, e o tratamento ainda deve durar por mais uns 4 a 5 anos, com a realização de outras cirurgias.
No caso dos irmãos da família Bentes, ambos diagnosticados com dermatofibrose, o tratamento no HRBA teve início no ano de 2015, com a realização de cirurgias para retirada de alguns tumores. Durante a gravação do programa, a equipe pode acompanhar a chegada dos irmãos ao hospital, desde a internação, registrando as cirurgias, o pós-cirúrgico, e até a alta dos pacientes, que fizeram a retirada de mais alguns tumores na face. A equipe também entrevistou médicos e psicólogos que acompanham os tratamentos.
Outra história que despertou o interesse da equipe, foi a do pequeno L. S. (5), diagnosticado com anomalia de crânio e bucomaxilofacial, em que parte do cérebro foi formado na região frontal da cabeça. Em 2014, o pequeno paciente passou por uma cirurgia delicada e complexa no HRBA, na qual foi realocado o cérebro no crânio, e afixada uma placa de titânio na parte frontal, para evitar novos problemas de deslocamento. A equipe do programa teve a chance de acompanhar o paciente, quase dois anos depois de sua cirurgia, em uma consulta do pequeno L. S. com o Neurocirurgião do HRBA, Érik Jennings.
À frente da produção e direção do programa Meu Corpo Meu Desafio, Matthew Lynch mostrou-se surpreso com o que viu. “Nunca imaginei que pudesse existir um hospital com tanta qualidade em uma região tão remota”, disse o diretor surpreso com a receptividade e a excelência ofertada aos usuários do HRBA, além de ressaltar 'a excelência da equipe médica e do atendimento que o hospital oferece, preocupando-se com a responsabilidade social, ecológica e educacional”, relata o diretor.
Ainda segundo Lynch, a finalidade do programa é justamente mostrar casos extraordinários e que possam servir, não só de exemplo e motivação para muitos, como também ajudar alguém em algum lugar do mundo. “Uma vez mostramos um caso raro de uma menina, da América do Sul, portadora da doença severo de narcolepsia, que a deixava dias dormindo direto, e um médico na França assistindo ao programa entrou em contato conosco e disse que ele sabia como tratar aquele caso, e hoje, a menina está recebendo um tratamento direto da França”. comemora o diretor.
GESTÃO
O Hospital Regional do Baixo Amazonas é referência em média e alta complexidades no sistema público do estado do Pará. Sua estrutura tem contribuído para que cirurgias raras possam ser feitas em benefício da comunidade. Segundo o secretário estadual de Saúde, Vitor Mateus, a visita da equipe da Discovery Internacional demonstra o resultado de um trabalho bem feito. “Quando a gente vê a manifestação de uma equipe que vem de fora, olhar esta realidade, e traduzir isto nos melhores elogios possíveis só nos dá a gratidão, principalmente por se tratar de vidas que estão sendo resgatadas, ver de volta o sorriso no rosto de uma criança, isso sim demonstra que estamos indo no caminho certo”, relata o secretário.
Administrado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA), os avanços na unidade hospitalar são os mais expressivos para a região. Segundo o diretor geral do HRBA, Hebert Moreschi, uma das grandes dificuldades na saúde brasileira é a interiorização da medicina resolutiva e de alta complexidade. “Com a estratégia adotada no Pará, em concentrar nos hospitais regionais a absorção desses pacientes, que antes não eram assistidos, principalmente por estarem distantes e com difícil acesso aos grandes centros, a implantação do HRBA vem mudando a realidade da comunidade do Baixo Amazonas, principalmente na assistência médica em áreas fundamentais, como neurocirurgia, oncologia, nefrologia e cirurgia plástica”, comemora o diretor.

HRBA é referência na formação de profissionais de saúde


O Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), localizado em Santarém (PA), além de oferecer serviços médicos de alta e média complexidade, é, hoje, referência no ensino e pesquisa na Região Norte do país, recebendo tal habilitação dos Ministérios da Saúde e da Educação. Mais de 60 trabalhos científicos já foram produzidos e apresentados por profissionais e residentes em congressos, fóruns nacionais e internacionais.
Um dos objetivos de descentralizar a formação na área da saúde é poder atender ao paciente no seu local de origem, sem que ele precise se deslocar para outros centros. “Descentralizar a assistência, levando qualidade, segurança e resolutividade para os municípios onde o paciente está é a melhor forma de lidarmos com essa questão de saúde e, para isso, hoje nós temos um grande programa de formação de profissionais de saúde que é referência em toda a região Norte do Brasil”, destaca o diretor geral do HRBA, Hebert Moreschi.
Neste ano serão disponibilizadas, pela Universidade do Estado do Pará (UEPA) 30 vagas em 13 especialidades para residência médica. Quatro programas vão ter turmas pela primeira vez: Cirurgia Geral Avançada, Infectologia, Medicina Intensiva e Obstetrícia e Ginecologia. Além dessas, o hospital já recebia residência em Anestesiologia, Cancerologia Cirúrgica, Cancerologia Clínica, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia e Pediatria.
A residência multiprofissional na Atenção Integral em Ortopedia e Traumatologia, desenvolvida no Hospital Regional de Santarém, vai oferecer 14 vagas, compreendendo os cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional.
Moreschi destaca a importância da formação desses profissionais ocorrer na própria região em que estão inseridos, no oeste do Pará, já que é uma área extensa onde a carência é grande.  “Nós sabemos que a interiorização de profissionais de saúde, principalmente na Região Norte, é um grande desafio. Dos 20 municípios que nós atendemos enquanto Hospital Regional, poucos são aqueles que têm uma equipe de saúde estruturada, com médicos e profissionais especializados”.
ESTÁGIO CURRICULAR
Ao longo do ano passado 1.724 estudantes cumpriram estágio curricular no hospital. Para 2016, mais 252 vagas de estágios serão disponibilizadas para 13 diferentes cursos. Cinco instituições de ensino superior de Santarém vão ter alunos estagiando no HRBA.
Além de contar com estudantes da área da saúde, o hospital oferece oportunidades para acadêmicos de Administração, Agronomia, Gestão Ambiental, Jornalismo e Pedagogia. Vários projetos são desenvolvidos nessas áreas, dentre eles, o de ‘Compostagem e Horta Orgânica’, ‘Ensino, Cultura e Saúde’ e a ‘Rádio HRBA’.
As integrações acadêmicas começarão na primeira semana de fevereiro e irão contar com alunos da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa); Universidade do Estado do Pará (Uepa); Universidade Luterana do Brasil (Ulbra); Instituto Esperança de Ensino Superior (Iespes); e Faculdades Integradas do Tapajós (FIT).
Para a coordenadora de Ensino e Pesquisa do HRBA, Claudiléia Galvão, “essa é uma forma de fortalecer a parceria entre as instituições e garantir a qualidade do ensino”. Durante a integração acadêmica, os estudantes recebem formação voltada para a prevenção de infecção hospitalar; segurança no processo assistencial; cuidados com o uso de Equipamentos de Proteção Individual; como fazer uma evolução adequada e correta nos prontuários; e normas gerais do hospital. 

Dia Mundial do Enfermo

De coração aberto e em comunhão com nossos irmãos, convido a todos para refletir a mensagem do Papa Francisco neste Dia Mundial do Enfermo: “É evidente que o estar gravemente doente é algo que testa a própria fé. Por outro lado, a fé desenvolve todo o seu potencial benéfico quando se confronta com uma situação de precariedade, porque oferece ao enfermo a chave de leitura da doença como caminho possível para alcançar uma amizade mais estreita com Jesus”.
Quem tem como missão o cuidado com os enfermos, precisa estar atento. É necessário seguir as palavras do Bom Pastor, que nos deixou como legado, por meio de seus atos e ensinamentos, a importância do amor e da caridade em benefício dos que mais precisam. Em nossos hospitais, UPAs, postos de saúde e centros de referência, a compaixão deve ser o bálsamo que cura as enfermidades do corpo e da alma de nossos pacientes.
Dirijo-me com especial carinho a todos que assistem aos doentes, entre médicos, enfermeiros, técnicos de saúde, atendentes, cuidadores e todos os trabalhadores. Somente o acolhimento e a solidariedade podem trazer o justo conforto. “Fazei o que Ele vos disser (Jo 2, 5)”. “Na solicitude de Maria espelha a ternura de Deus e a imensa bondade de Jesus Misericordioso. Convido a rezar pelos doentes e a fazê-los sentir o nosso amor. A mesma ternura de Maria esteja presente na vida de tantas pessoas que se encontram ao lado dos doentes sabendo colher as suas necessidades, mesmo aqueles mais imperceptíveis, porque vistos com olhos cheios de amor”.
Assim como o Papa Francisco, invoco a proteção materna de Maria, Sede da Sabedoria, que interceda como nossa Mãe por todos os doentes e profissionais que cuidam deles. Que Maria, na memória da Senhora de Lourdes, esteja ao lado de todos, ela que é invocada como “saúde dos enfermos” e “consoladora dos aflitos”; ela que esteve aos pés da cruz estará sempre ao lado de cada pessoa que sofre.
Que Nosso Senhor continue ouvindo nossas preces e iluminando nosso caminho nos desafios de trabalhar para a melhora da saúde no Brasil.
            Deus os abençoe!
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG) e presidente da Pró-Saúde