Luan está sempre atento aos ensinamentos da professora |
Nesta segunda-feira (3), começaram as
aulas da rede municipal de ensino de Santarém. Ao todo, 59.840 alunos estão
matriculados nas escolas espalhadas pela cidade e zona rural do município. No
meio desses milhares de estudantes, estão Luan Gabriel da Silva, de 5 anos, e
Élida Keila de Sousa, de 7 anos. Só que, ao invés de irem até a escola, é a
escola que vem até eles.
Os dois estão em tratamento de longa
permanência no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) – administrado pela
Pró-Saúde, Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob
contrato com a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) – e desenvolvem atividades
pedagógicas adaptadas às suas necessidades, nos próprios leitos.
Élida enche de orgulho a sua mãe |
“É gratificante vê-la aprendendo,
porque isso é muito bom para o desenvolvimento dela. Ela saber as letras como
se fosse uma criança que estivesse lá fora, para mim, é muito gratificante”,
diz Eda Pereira, mãe da Élida.
A menina está no HRBA desde os seis
meses de vida. Ela tem neuropatia congênita, que acarreta problemas no
funcionamento dos nervos. Luan, que está no HRBA desde os 10 meses de idade,
enfrenta o mesmo problema que Élida. Mas isso não é motivo para deixar de
estudar.
“Depois que começou, demonstrou um
interesse muito grande em querer aprender sempre mais. Ele é muito curioso e
isso faz bem para ele”, conta a mãe de Luan, Eliana da Silva.
A professora de Atendimento
Educacional Especializado (AEE), Silvânia de Sousa, é uma das responsáveis por
repassar os conteúdos aos dois, por meio de atividades lúdicas e práticas de
leitura e de escrita. “Eu procuro facilitar a aprendizagem deles,
principalmente através do lúdico. Eles gostam e aprendem bastante”, diz.
As duas crianças são matriculadas na
rede municipal de ensino de Santarém e recebem, no HRBA, conteúdo equivalente
ao repassado nas escolas. As atividades fazem parte do projeto educacional
‘Escolarização Hospitalar’.
Eliana se emociona com o desenvolvimento do filho |
O projeto iniciou em março de 2014 e
possibilita que as crianças não tenham prejuízo educacional enquanto estão em
tratamento, recebendo atendimento tanto da professora do ensino especial, como
também da professora do ensino regular. Os encontros são realizados de segunda
a quinta-feira, de 14h às 16h30 (dependendo da disponibilidade das crianças).
A iniciativa partiu das mães das
crianças, que foram até a escola realizar a matrícula e solicitar à Secretaria Municipal
de Educação (Semed) atendimento especializado. A partir disso, a Diretoria de
Ensino e Pesquisa do HRBA passou a acompanhar todo o processo de ensino e
aprendizagem.
“É extremamente
gratificante ver o desenvolvimento cognitivo do Luan e da Élida depois que
começaram a estudar. Este é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988,
corroborado pela Lei de Diretrizes e Base da Educação 9394/96, e o HRBA apoia e
fomenta a Escolarização Hospitalar”, afirma a coordenadora de Ensino e Pesquisa
do HRBA, Claudiléia Galvão.
Élida se dedica às atividades |
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