Os gestores do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém (PA), tiveram, durante duas semanas, treinamentos dinâmicos e intensos focados no desenvolvimento profissional. Durante os encontros presenciais, os 14 participantes aprenderam conceitos e técnicas sobre quatro temáticas principais: foco no resultado, organização e planejamento, negociação e tomada de decisão. Os treinamentos aconteceram nos dias 16 a 18 e 23 a 25 de maio.
O Hospital Regional de Santarém possui um programa específico voltado para o desenvolvimento dos colaboradores. Quem possui mais de um ano executando alguma função dentro do hospital passa por uma avaliação de competências. A mensuração é feita por meio de uma ferramenta que contempla os resultados em diferentes aspectos dos profissionais, além de entrevistas realizadas pelos superiores. Com base nessas informações, é formulado um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) para que os colaboradores possam melhorar os pontos detectados. Cada competência tem um peso, e o treinamento é específico para as deficiências apontadas.
A coordenadora de Recursos Humanos (RH), Auricléia Castro, fala da importância de investir no aperfeiçoamento dos profissionais que atuam na unidade. “Como recursos humanos, isso é importante porque somos quem tem a responsabilidade de desenvolver esses profissionais e fazer com que eles estejam aptos a desenvolver todo o seu potencial, de acordo com suas competências para cada função. É importante que cada profissional esteja na área certa, exercendo aquilo no que é bom.”
Em 2014, foram avaliados os supervisores, coordenadores e gerentes do hospital. O ciclo de avaliação e aperfeiçoamento tem a duração de dois anos. Ou seja, em até dois anos o hospital detecta as deficiências dos profissionais, elabora o PDI e aplica os treinamentos. Em 2015, os diplomados que não exercem cargo de liderança também passaram por avaliação. Este ano será a vez dos colaboradores que não possuem ensino superior.
O primeiro módulo do treinamento abordou os tópicos foco no resultado e planejamento e organização. “Trabalhamos isso intensamente durante esses dias, focando o comportamento. O ser humano repete os comportamentos quando está no lúdico, sob pressão, ou com poder. É onde ele revela os comportamentos em sua essência. Então, por meio das dinâmicas, nós aplicamos essa teoria para que a própria pessoa consiga ver. É uma mistura muito forte de teoria e prática”, explica a consultora Renata Grunthal, responsável pela aplicação do treinamento.
Segundo a coach, todos os comportamentos são baseados nos modelos mentais de cada um, naquilo que se acredita. Para trabalhar essa essência, é preciso que a própria pessoa veja a necessidade de mudança e trabalhe para melhorar suas ações. “A mudança não acontece de uma hora para outra, é um processo. É importante ter essa paciência. Às vezes têm comportamentos que vêm de uma vida inteira e não é de uma hora para outra que as pessoas vão mudar”, diz Renata.
O segundo módulo abordou negociação e tomada de decisão. O consultor Alfredo Duarte conta que é fundamental trabalhar esses aspectos com quem exerce cargos de liderança. “Enriquece muito o trabalho e a percepção de todo mundo para a possibilidade de que essas situações trabalhadas no treinamento são reais. Temos que negociar o tempo inteiro, e tomar as decisões. Isso amplia a possibilidade de a pessoa enriquecer a contribuição dela no dia a dia, de fazer entregas melhores. Mas, também, desenvolver as equipes que respondem a elas, as outras pessoas com quem elas interagem, com quem estão relacionadas. O trabalho de uma influencia o trabalho da outra”.
Após os treinamentos são realizadas outras avaliações para verificar se os estímulos surtiram o efeito desejado. “Todos os nossos profissionais buscam a excelência, e isso é obtido através dos resultados. É importante, para isso, que estejam bem desenvolvidos. É importante se sentirem parte desse resultado e verem que todo o esforço individual para a melhoria constante tem a recompensa, que são esses reconhecimentos. É a consolidação de tudo”, finaliza Auricléia Castro.
Gestão premiada
O constante aperfeiçoamento profissional dos colaboradores tem apresentado resultados positivos. Exemplo disso é que o HRBA recebeu mais um reconhecimento nacional em 2016. A unidade foi premiada pela Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH) por ter o segundo melhor projeto de gestão hospitalar do Brasil. O hospital já havia ficado em primeiro lugar em 2014. Em maio, a revista Exame publicou em seu site a lista com os dez hospitais públicos de excelência no Brasil, incluindo o HRBA na relação.
Hospital
O Hospital Regional de Santarém é referência para mais de 1,1 milhão de pessoas, oriundas de 20 municípios do Oeste do Pará. Atualmente, no interior do Pará, o HRBA é a unidade de saúde que menos referencia pacientes para outros centros, ao mesmo tempo em que é o hospital que mais agrega especialidades de alta complexidade. São 30, incluindo oncologia e neurocirurgia. O HRBA é uma unidade pública e gratuita de saúde, pertencente ao Governo do Pará e administrado, desde 2008, pela entidade beneficente Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
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