Com palestras e rodas de conversas o Hospital Regional do Baixo
Amazonas do Pará (HRBA) realizou nesta quarta-feira, 4 de fevereiro, uma
programação alusiva ao Dia Mundial do Câncer nas recepções do
ambulatório das especialidades clínicas e da oncologia. A programação
teve abertura às 10 horas, prosseguiu durante toda a tarde e teve como
principal objetivo quebrar alguns dos principais mitos sobre a doença,
que segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) 576
mil novos casos devem ser diagnosticados somente este ano.
Na programação a equipe de oncologia do HRBA buscou, de
forma simples, esclarecer algumas das principais dúvidas dos pacientes
em tratamento e também dos usuários e acompanhantes. “Nós procuramos
fazer uma dinâmica com os pacientes, uma vez que é através do
conhecimento sobre o câncer que as pessoas conseguem se conscientizar
sobre os cuidados que devem ter. Esse é um desafio que enfrentamos todos
os dias e as palestras repassam esse conhecimento para a população,
assim conseguimos alcançar nosso objetivo”, declarou a enfermeira
oncológica Janete Aguiar.
Durante as palestras foram distribuídos materiais
educativos com informações especificas sobre o câncer de mama que poderá
afetar até 57 mil mulheres e também sobre o câncer de próstata, que
poderá registrar 69 mil novos casos. “Um dos grandes mitos do câncer é a
gente acreditar que isso nunca vai acontecer com a gente, isso é um
grande mito e motiva a pessoa a não procurar uma medida preventiva e a
pessoa acaba descobrindo a doença em um estado avançado, quando a
possibilidade de cura são muito inferiores”, declarou o médico
oncologista Carlos Hummes, após falar sobre a importância dos exames
preventivos e de rotina.
A enfermeira oncológica Carla Tenório acompanha
diariamente a vida dos pacientes que passam pelo tratamento de
quimioterapia. Ela falou sobre a importância das palestras “Durante as
palestras a gente aborda não só a questão do diagnóstico, mas o direito
deles ao tratamento. O câncer tem chances de cura, e neste dia nós
procuramos mostrar isso, surgiram muitas perguntas e dúvidas, algumas
pessoas ainda questionam se o câncer passa pelo contato e nós sabemos
que o contato, o abraço, o afeto, hoje faz parte do tratamento”,
enfatizou a enfermeira ao se referir sobre o apoio da família e amigos.
Este ano a programação do Dia Mundial do Câncer buscou
quebrar alguns mitos sobre o câncer, entre eles estão: 1) Não é
necessário falar sobre o câncer; 2) Não há sinais ou sintomas de câncer;
3) Não há nada que eu possa fazer sobre o câncer e 4) Eu não tenho
direito ao tratamento de câncer.
Segundo dados do HRBA em 2013 foram registradas 12.424
consultas oncológicas, 805 cirúrgicas oncológicas, 4.797 sessões de
radioterapia, 24.039 sessões de quimioterapia e 198 sessões de
braquiterapia, totalizando 42.308 atendimentos. Até outubro de 2014 o
número de atendimentos, graças às campanhas de prevenção e
sensibilização saltou para 47.805 atendimentos, divididos em 16.565
consultas oncológicas, 720 cirurgias oncológicas, 26.075 sessões de
radioterapia e 4.248 sessões de quimioterapia além das 197 sessões de
braquiterapia realizados em Santarém.
Atualmente mais de 1,5 mil pessoas são atendidas pelo
Serviço de Oncologia do HRBA, pacientes com histórias de vida bem
diferentes como a Janaina Stoef, 20 anos, que há seis anos descobriu um
câncer na clavícula, um linfoma de Hodgkin. Natural de Rurópolis, a
jovem iniciou tratamento na capital do estado e há seis meses foi
transferida para Santarém. “No começo a gente fica bem abalada, mas
depois acaba tento forças para levar o tratamento em frente. Hoje eu to
bem melhor, meu esposo está sempre comigo, quando eu fazia tratamento em
Belém minha mãe sempre me acompanhava, e a cada 15 dias a gente vem pra
Santarém e ninguém pode desistir. O câncer não é um fim”, declarou a
jovem.
O Diretor Geral do HRBA, Hebert Moreschi, citou que um dos maiores avanços na saúde pública da região Oeste Paraense foi a
interiorização da oncologia, hoje o HRBA oferta todo o tratamento
necessário gratuito para o paciente com câncer. “Nós temos diversos
pacientes que só conseguiam receber o tratamento oncológico sendo
referenciados para Belém e até outros centros. Para
nós é uma grande satisfação recebermos estes pacientes para fazerem o
tratamento ao lado dos seus amigos e também familiares. A vinda da
oncologia pediátrica, também é outro grande avanço, temos mais de 40
crianças que poderiam estar em qualquer lugar do Brasil e hoje estão em
suas casas ao lado da sua família”, falou o diretor que ainda citou a
importância do acompanhamento psicológico e de toda equipe multiprofissional envolvida no processo assistencial, que faz com que o Hospital Regional seja referência na assistência de excelência a todos os seus pacientes.
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